O ácido úrico é uma substância natural do nosso corpo, se forma a partir da digestão de proteínas, após a quebra das moléculas de purina. Depois desse processo parte da substância permanece no sangue e o restante é eliminado pelos rins, por meio da urina.
Assim, a presença do ácido úrico no nosso corpo é algo totalmente normal e que não causa nenhum problema, a não ser quando as suas taxas estão elevadas. Essa condição é o que chamamos de “hiperuricemia”.
Ácido úrico em excesso pode desencadear a formação de pequenos cristais de urato de sódio, que se depositam em vários locais do corpo, especialmente nas articulações. A análise do ácido úrico pode ser feita através do exame do sangue ou de urina.
O excesso de ácido úrico tem cura, pois os seus desequilíbrios podem ser controlados através de uma alimentação equilibrada, aumentando a ingestão de água e fazendo uma alimentação com poucos alimentos ricos em carboidratos .
Além disso, o sedentarismo também deve ser combatido, com a prática regular de exercício físico.
Por que o ácido úrico aumenta?
Existem, basicamente, três motivos que causam a elevação do ácido úrico. São eles, uma produção muito elevada, baixa eliminação do ácido úrico pela urina e a interferência de determinados medicamentos.
Se a pessoa tiver uma dieta descontrolada, as chances de a produção de ácido úrico se elevar aumentam. O mesmo acontece com quem ingere muita bebida alcoólica, que gera maior produção de urato e dificuldades na sua eliminação.
Sintomas
- Dor e inchaço em uma articulação, especialmente o dedão do pé, tornozelo, joelho ou dedos;
- Dificuldade em movimentar a articulação afetada;
- Vermelhidão no local da articulação, que pode até ficar mais quente que o habitual;
- Deformação da articulação, devido ao acúmulo excessivo de cristais.
- Cálculo renal.
Pouquíssimas pessoas com o ácido úrico alto serão assintomáticas. Vale lembrar que também existem casos de taxas baixas de ácido úrico (hipouricemia), uma condição rara e que não causa sintomas. Geralmente, o problema está associado a doenças renais ou hepáticas, uso de medicamentos, dificuldades metabólicas ou à exposição a substâncias tóxicas.
Alimentação
Diminuir o consumo de carboidratos como pães, bolos e açúcares provenientes de doces e refrigerantes é essencial, pois são carregados de frutose, um carboidrato que promove a produção de ácido úrico, além de favorecer o ganho de peso, que é uma das causas de elevação de ácido úrico no sangue.
É essencial evitar os alimentos industrializados e dar preferência aos naturais. Existem determinados alimentos que ajudam principalmente na recuperação da gota e podem ser incluídos na dieta de quem está com o ácido úrico elevado:
- Alcachofra: possui ação diurética e ajuda na eliminação de toxinas;
- Cenoura: tem efeito alcalinizante, ou seja, auxilia na retirada de cristais e purinas das articulações;
- Limão e Laranja: fontes importantes de vitamina C, age na redução dos cristais no sangue e nas articulações;
- Cebola e alho: ajudam a reduzir o colesterol, pressão arterial e as taxas de ácido úrico;
- Semente de abóbora: é diurética, ajudando na eliminação do ácido;
- Água: importante na função renal, ajudando na eliminação do ácido úrico pela urina.
O ácido úrico, por sua vez é um subproduto do metabolismo das purinas, sua origem é de bases nitrogenadas presentes no DNA de humanos, animais e vegetais. Por estarem presentes em grandes quantidades dos alimentos que consumimos como carnes e frutos do mar, tem sido recomendada por profissionais ao longo dos anos.
Contudo, conforme o doutor Souto “os ensaios clínicos randomizados realizados em pesquisas demonstram que esse tipo de dieta é ineficiente no combate ao ácido úrico elevado ou a gota, isso acontece por que já foi demonstrado que na atualidade cerca de 80% do ácido úrico que os seres humanos produzem resulta de purinas endógenas (produzidas pelo próprio corpo), e não de purinas oriundas da alimentação”.
Além disso…
Uma dieta deficiente em proteína/purina, ou seja, pobre em carnes e frutos do mar, acaba induzindo a uma dieta rica em carboidratos refinados.
A situação se complica, de acordo com estudos o consumo de açúcar produz elevações no ácido úrico. Assim uma dieta pobre em proteínas não é apenas ineficaz no tratamento no ácido úrico elevado/gota, como também favorece seu aparecimento.
Sempre se atribuiu a ingestão de proteínas como fonte de ácidos úricos, no entanto, a metabolização da frutose é pior. Se o ácido úrico se depositar nas articulações gerará a gota, doença famosa relacionada não só à alimentação, mas à falta de uma enzima no metabolismo do ácido úrico.
Estudos recentes mostram um efeito mais perverso do ácido úrico em quem não tem gota: o bloqueio de uma enzima que é necessária para a produção do óxido nítrico. Óxido nítrico é o regulador natural da pressão arterial, especialmente importante para a dilatação total das artérias.
Assim, quando reduzida sua quantidade, as artérias não dilatam e causam hipertensão. Além disso existem estudos apontando que o ácido úrico pode fazer lesão direta nas paredes dos vasos.
Deve-se ressaltar que…
Apesar de estar relacionada à gota o ácido úrico não é a única causa da doença inflamatória. Apenas 10% das pessoas com ácido úrico elevado desenvolverão gota. Há indícios de que pessoas com inflamação crônica tendem a desenvolver doenças de natureza inflamatórias.
O quadro de inflamação crônica decorrente do acumulo de gordura visceral normalmente relacionado a obesidade, é característico da síndrome metabólica, pode-se afirmar que essa condição favorece o desenvolvimento da gota, devido sua intrínseca relação a insulina elevada, que atua nos rins diminuindo a excreção de ácido úrico e aumento seus níveis no sangue.
O ácido úrico pode até ser usado como um marcador do consumo de frutose em pessoas não portadoras de gota. Seu valor deveria ser no máximo de 3,5 a 4 mg/dl no sangue, se estiver maior indica que a quantidade de frutose está excessiva.
Mas não marca somente isso, o excesso de ácido úrico também pode nos indicar uma falta de hormônios tireoidianos ou uma resistência à insulina.
A resistência à insulina reduz a excreção renal de ácido úrico e ativa a enzima xantino-oxidase, que, por sua vez, aumenta a produção de ácido úrico e estimula a formação de gordura abdominal. Assim, a níveis altos de ácido úrico pode ser tanto causador como consequência da resistência à insulina.
A importância da dieta low carb no auxílio do tratamento de ácido úrico elevado/gota, mesmo sendo uma pratica alimentar rica em proteínas, ela favorece a melhora do quadro de gota, síndrome metabólica e resistência à insulina por meio do emagrecimento, assim os níveis de ácido úrico/gota tendem a desaparecer com o passar do tempo.