Também conhecida por doença hepática gordurosa, gordura no fígado ou fígado gorduroso, a esteatose hepática é uma condição cada dia mais comum, que pode manifestar-se também na infância.

A estimativa é que 30% da população apresente o problema e que aproximadamente metade dos portadores possa evoluir para formas mais graves da doença.

Esteatose hepática é um distúrbio que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no interior dos hepatócitos (células do fígado), órgão situado no lado direito do abdômen por onde circula grande quantidade de sangue. De coloração marrom-avermelhada, o fígado exerce mais de 500 funções fundamentais para o organismo.

fígado saudável versus fígado gorduroso
Comparação fígado saudável x fígado gorduroso

O aumento constante de gordura no fígado por tempo prolongado, pode provocar uma inflamação capaz de evoluir para quadros graves de hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer. Nesses casos, o fígado não só aumenta de tamanho, como adquire um aspecto amarelado.

O quadro é reversível com mudanças de estilo e hábitos de vida, que devem ser mais saudáveis e com as devidas orientações nutricionais. Cuide de sua saúde, a esteatose hepática é um problema sério que pode levar à morte.

Existem duas classificações de esteatose hepática:

  • Alcoólica: provocadas pelo consumo excessivo de álcool (regular ou esporádico);
  • Não alcoólica:  provocadas por hábitos e estilos de vida inadequados;

A esteatose não alcoólica é causada por:

  • Sobrepeso;
  • Obesidade;
  • Gravidez;
  • Sedentarismo;
  • Diabetes;
  • Má alimentação;
  • Pressão alta;
  • Uso de medicamentos.

O excesso de peso atualmente é uma das principais causas da esteatose hepática não alcoólica atualmente, sendo responsável por 60% dos casos de gordura no fígado.

Geralmente não apresenta sintomas, e é descoberta por meio da ultrassonografia do abdome feita por outros motivos, ou mesmo por check-up, indicando que algo está errado com a saúde.

Além disso, é uma condição que tem tratamento, porém, sua evolução é silenciosa, sem sintomas, e se não for tratada pode gerar doenças hepáticas graves e até fatais.

Esteatose hepática: Fatores de risco

Pessoas com obesidade, sedentárias e que fazem consumo de álcool, regular ou não, têm mais tendências para desenvolvimento da Esteatose Hepática. 

Mulheres também têm um risco maior de desenvolver excesso de gordura no fígado, tendo em vista que o hormônio estrógeno, produzido naturalmente pelo corpo feminino, propicia o acúmulo dessa gordura.

Outro fator de risco são pessoas com ascendência oriental ou hispânica. Descendentes de africanos têm menos chances de desenvolver o quadro. Em um número bem menor de casos, pessoas magras, que não consomem bebidas alcoólicas e que não têm alterações de colesterol e glicemia, podem desenvolver quadros de esteatose hepática gordurosa.

Em crianças nos primeiros anos de vida, a esteatose hepática é causada principalmente por doenças metabólicas. Já nas crianças maiores e adolescentes, as causas são semelhantes às dos adultos e ligadas diretamente ao estilo de vida.

O tratamento na infância é essencial para prevenir danos irreversíveis na fase adulta, além da conscientização da criança e familiares para hábitos de vida saudáveis.

Outros fatores de risco associados ao acúmulo de gordura no fígado:

  • Síndrome do ovário policístico;
  • Hipotireoidismo;
  • Síndrome metabólica;
  • Apneia do sono;
  • Gordura abdominal;
  • Fumante;

Esteatose hepática: Sintomas

A esteatose nos quadros leves, não apresenta sintomas específicos, mas nos casos intermediários a pessoa percebe os seguintes sintomas.

  • Dor no abdômen;
  • Cansaço;
  • Fraqueza;
  • Perda de apetite;
  • Aumento do fígado;
  • Barriga inchada;
  • Dor de cabeça constante;

Nos estágios mais avançados da doença, a principal característica é a inflamação e a fibrose que resultam em insuficiência hepática. Nessas situações os sintomas mais comuns são.

  • Acumulo de liquido dentro do abdômen;
  • Doenças cerebrais;
  • Confusão mental;
  • Fadiga;
  • Hemorragia;
  • Queda no número de plaquetas;
  • Icterícia;
  • Alteração no sono;
  • Inchaços;

Esteatose hepática: Diagnóstico

O diagnóstico da Esteatose Hepática Não Alcoólica é feito por meio de exames de rotina, laboratoriais e/ou de imagem. Se for detectada alguma alteração nos resultados, é importante é levantar a história do paciente, que deve passar por minucioso exame físico e submeter-se a exames de sangue para medir os níveis das enzimas hepáticas. 

Embora a ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética sejam muito úteis para avaliar possíveis alterações no fígado, há casos em que a confirmação do diagnóstico depende de biopsia.

Entre todos, porém, o exame mais importante para diagnóstico da enfermidade é a elastografia transitória, um método semelhante à ultrassonografia, indolor, que mede a elasticidade do tecido hepático e a quantidade de gordura acumulada no fígado.

O ideal é ter o diagnóstico precoce da doença. Por isso, pessoas com fatores de risco devem fazer consultas com médicos e nutricionistas periodicamente para avaliar a necessidade de monitorar a quantidade de gordura no fígado, assim como ter um panorama geral de toda a saúde do corpo.

Os exames vão avaliar o grau de gordura no fígado

  • Grau 1 ou leve: pequeno acúmulo de gordura;
  • Grau 2: acúmulo moderado de gordura;
  • Grau 3: grande acúmulo de gordura;
  • Grau 4 ou cirrose hepática: é a fase mais grave da esteatose hepática e surge após anos de inflamação, sendo caracterizada por alteração em todo o fígado que causa redução do seu tamanho e deixa sua forma irregular. A cirrose pode evoluir para câncer ou morte do fígado, sendo necessário fazer um transplante de órgão.

Esteatose hepática: Prevenção

Algumas medidas são indispensáveis para prevenir o acúmulo de gordura no fígado ou para reverter o quadro já instalado. As principais dicas para prevenir a esteatose hepática são:

  • A medida mais eficaz para controlar e prevenir a esteatose hepática é emagrecer. Para isso, deve-se ter uma dieta com baixo teor de carboidratos, sem frituras, gorduras e doces e aumentar a ingestão de legumes, verduras e carnes;
  • Incluir fibras na alimentação é essencial, uma vez que elas controlam a velocidades de absorção de glicose;
  • Fazer atividade física diariamente;
  • Eliminar o álcool;
  • Usar boas fontes de gordura na dieta;
  • Beber água;

Esteatose hepática: Tratamento

Não existe um tratamento específico para Esteatose Hepática, ele vai variar conforme cada caso, grau e causas da doença. Nesse contexto, o tratamento tem três pilares:

  • Estilo de vida saudável;
  • Alimentação equilibrada, saudável, o mais próximo da natureza e de alto valor biológico;
  • Pratica regular de exercícios físicos;

Perda de peso e uma alimentação saudável é o mais importante!

A medida mais eficaz para controlar a gordura no fígado é a perda de peso. Estudos mostram que uma redução de apenas 7% no peso corporal pode ser capaz de trazer excelentes resultados.

Procurar um nutricionista é o mais importante para o tratamento dessa doença, pois ele é o profissional mais apto a mostrar o caminho para a cura da esteatose hepática. Junto ao nutricionista será elaborada uma estratégia nutricional compatível ao seu dia a dia, que respeite suas individualidades, e que possa proporcionar bem-estar físico e mental.

Hoje muitas dietas têm mostrado um efeito benéfico para tratamento da esteatose hepática, a perda de peso é essencial, e é só a partir dela que terá resultados na remissão da doença. Dietas como carnívora, low carb e bicho e planta são grandes aliadas da nutrição em prol da melhora de doenças como a esteatose hepática.

Seguindo o tratamento adequado, o paciente tem altas chances de regredir o quadro de gordura no fígado ou ao menos estabilizá-lo. Mesmos os casos em que a doença já evoluiu para cirrose podem ser controlados antes que o fígado seja completamente atacado. Por isso a importância do diagnóstico precoce.

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