O herpes zóster, popularmente conhecido como “cobreiro”, é uma infecção viral causada pelo vírus varicela zóster, o mesmo vírus causador da catapora.
A doença acontece da seguinte forma: quando o paciente se infecta com a catapora, o vírus permanece em latência no organismo após a cura. Por isso, o vírus pode se reativar em algum momento da vida em adultos ou portadores de condições que levam a alterações do sistema imunológico, por isso também é considerada uma doença autoimune.
Apesar de ser o mesmo vírus, tecnicamente o herpes zóster não é catapora. Os sintomas, a epidemiologia e as complicações são bem diferentes. É a mesma infecção, mas não é exatamente a mesma doença.
O herpes zóster também não tem a ver com o herpes labial ou herpes genital. Os nomes são semelhantes e eles são causados por vírus da mesma família, Herpesviridae, mas herpes zoster e herpes são duas doenças completamente distintas.
Herpes-zoster: Como se desenvolve?
A herpes-zóster surge pela reativação do vírus varicela-zóster. Quando uma pessoa adquire o vírus varicela-zóster, ela desenvolve uma infecção primária, conhecida como catapora ou varicela. Apesar de a doença se curar no indivíduo, o vírus não é eliminado do organismo, permanecendo de forma latente no sistema nervoso. Quando a imunidade do indivíduo abaixa, o vírus se reativa.
O principal fator de risco para o desenvolvimento do herpes-zóster é o aumento da idade, de modo que é mais comum sua ocorrência em pessoas acima dos 55 anos. Isso não significa, no entanto, que a doença não possa ocorrer em pessoas mais jovens.
Além da idade, são considerados fatores de risco para o desenvolvimento do herpes-zóster o sexo feminino, raça negra, casos da doença na família, pessoas com HIV, pacientes com linfoma ou leucemia e transplantados em uso de terapia imunossupressora.
Herpes-zoster: Sintomas
O herpes-zóster provoca o desenvolvimento de lesões na pele, as quais provocam intensa dor, que pode se manifestar na forma de pontadas ou de queimação. As lesões do herpes-zóster são geralmente pequenas bolhas que se apresentam cheias de líquido, sendo elas cercadas por uma área avermelhada. As lesões surgem, geralmente, em apenas um dos lados do corpo, porém, em indivíduos imunodeprimidos, as lesões podem ser disseminadas.
As regiões mais acometidas pelo herpes-zóster são o tórax e a face. É importante destacar que alguns pacientes apresentam dor, porém não desenvolvem lesões na pele, uma forma chamada clinicamente de “herpes sine herpete”.
Após um período que varia de duas a quatro semanas, as vesículas desaparecem, entretanto, a dor pode permanecer. A dor persistente após as lesões da pele é conhecida pelo nome de neuralgia pós-herpética e pode permanecer por meses e até mesmo anos. A neuralgia pós-herpética destaca-se como uma das complicações mais importantes, pois a permanência da dor pode afetar negativamente a qualidade de vida do paciente.
Além do surgimento de lesões, o paciente com herpes-zóster pode apresentar sintomas como dores nos nervos, coceira e ardor local, febre, dor de cabeça, mal-estar e sensação de formigamento e adormecimento.
Herpes-zoster: Complicações
A nevralgia pós-herpética é uma complicação que se caracteriza pela permanência da dor no local acometido, mesmo depois de muito tempo da resolução da lesão. A infecção desaparece, mas a dor fica. Em alguns casos, a dor da nevralgia pós-herpética é tão intensa e contínua, que pode levar o paciente à depressão e à incapacidade física.
A reativação do zóster na face pode ser perigosa, principalmente se acometer a área dos olhos, o que pode levar à perda da visão.
A síndrome de Ramsey Hunt é uma paralisia facial que ocorre pelo acometimento dos nervos faciais pelo herpes zóster. Também é comum nesta síndrome a ocorrência de labirintite.
Também pode ocorrer…
- Varicela hemorrágica ou disseminada em pessoas que possuem sistema imunológico comprometido;
- Ataxia cerebelar aguda, um problema que pode comprometer a coordenação do indivíduo;
- Infecções bacterianas secundárias na pele, as quais podem levar a problemas como artrite, endocardite, meningite e pneumonia;
- Infecção do feto;
Herpes-zoster: Aminoácidos, vitaminas e minerais
Você sabia que o tratamento do herpes também passa por uma boa alimentação e suplementação? Além de todas as medicações adequadas para amenizar os efeitos da doença, tudo aquilo que ingerimos no dia a dia é primordial para manter o vírus controlado, dificultando a sua ação e o seu aparecimento no corpo. Por isso, atente-se a um cardápio saudável e rico em nutrientes para suavizar a infecção.
Lisina uma grande aliada
A alimentação para herpes faz parte essencial do tratamento, ajudando a fortalecer o sistema imune, de defesa do organismo, que diminui os sintomas da doença e a frequência de sua manifestação. A grande fonte nutricional para auxiliar essa ação chama-se lisina, um aminoácido, muito encontrado em alimentos como queijos e lacticínios, ovos, peixes, que estimula o organismo a produzir enzimas, hormônios e anticorpos, criando uma espécie de capa “protetora” nas células do corpo, protegendo e evitando a multiplicação do vírus.
Vitamina C
Também é importante incluir na dieta alimentos ricos em vitamina C, já que estimula o sistema imune, protegendo o organismo de infecções, além de contribuir para a formação de colágeno e para a regeneração da pele, favorecendo a cicatrização das feridas que surgem durante uma crise de herpes.
Zinco
O zinco é um mineral que exerce diversas funções no organismo, que além de fortalecer o sistema imune, também favorece a cicatrização das feridas. Alguns alimentos ricos neste mineral são as ostras, carnes e soja.
Suplementação de lisina
Acredita-se que a suplementação com lisina pode ajudar a prevenir o herpes recorrente e tratar as lesões mais rápido. No geral, a dose recomendada para a prevenção do herpes recorrente é de 500 a 1500 mg ao dia de lisina.
Nos casos em que o vírus se encontra ativo, recomenda-se a ingestão de até 3000 mg ao dia de lisina, durante o período agudo, devendo-se consultar o médico e nutricionista para que indique a dose mais adequada para o caso em questão.
Além disso, em caso de infecções ativas pelo vírus, o suplemento de lisina poderia fazer com que as lesões se curem e desapareçam mais rapidamente.
A dieta deve ser apropriada para o sistema imunológico, rica em vitaminas e minerais presentes nas frutas e vegetais. Opte também por fontes adequadas de ômega-3 (peixes, linhaça, chia) e mantenha o intestino saudável. Um intestino que funciona mal compromete o sistema imunológico. Avalie a presença de disbiose intestinal com um nutricionista e, se necessário, recorra à suplementação de probióticos, juntamente com o tratamento.