A inflamação é uma síndrome que se apresenta com alterações imunológicas, bioquímicas e fisiológicas, produzindo no local agredido aumento do fluxo sanguíneo e da permeabilidade vascular, recrutamento leucocitário e liberação de mediadores químicos pró-inflamatórios.

A inflamação aguda nada mais é do que uma resposta rápida do corpo. Ou seja, toda vez que seu corpo reagir com uma inflamação e, depois de tratamento ou alguns dias, ela acabar, você terá um quadro de inflamação aguda.

A inflamação crônica é o oposto da inflamação aguda. Ela não tem uma resposta rápida do corpo, nem apresenta os mesmos sinais. Na verdade, o processo é muito mais lento e dura bem mais tempo.

Atualmente a capacidade da dieta em induzir ou reduzir tais processos tem sido muito discutida, dessa maneira, podendo desempenhar papel muito importante na regulação da inflamação crônica, a qual se deve pela exposição prolongada e contínua à alimentos pró-inflamatórios.

Nutrição e inflamação

O papel da dieta na prevenção das doenças crônicas como obesidade, diabetes, hipertensão, câncer, entre outras tem merecido considerável atenção. As causas e origens dessas doenças é multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais, além da microbiota intestinal e a resposta imune.

Sua dieta desempenha um papel importante no desencadeamento da inflamação crônica, uma razão está no seu intestino. Bactérias digestivas liberam substâncias químicas que podem estimular ou suprimir a inflamação. Os tipos de bactérias que povoam o seu intestino e os seus subprodutos químicos variam de acordo com os alimentos ingeridos.

Algumas pesquisas sugerem que o consumo de uma dieta saudável, seja capaz de reduzir os níveis de marcadores inflamatórios, favorecendo a produção de citocinas anti-inflamatórias, contribuindo para a prevenção ou o controle da resistência insulínica, das dislipidemias e de outras condições metabólicas relacionadas à manifestação de doenças crônicas não-transmissíveis, tal dieta deve apresentar teor energético capaz de manter o peso corporal adequado.

Alimentos com capacidade anti-inflamatória:

  • Peixes, carnes e ovos;
  • Vegetais e legumes frescos;
  • Oleaginosas;
  • Fibras;
  • Açafrão;
  • Alho;
  • Azeite de oliva;
  • Suplementar ômega 3 (poderoso anti-inflamatório);

Também deve ser composta por alimentos de alto valor biológico, baixo em carboidratos principalmente os refinados, ricos em vitaminas, minerais, fitoquímicos e polifenóis, substancias positivas para os vasos devido a atividade anti-inflamatória.

Além de potencializar a recuperação das fibras musculares e evitar lesões, os alimentos com propriedades anti-inflamatórias trazem benefícios para a melhora do desempenho e para a saúde de quem pratica atividades físicas.

Inflamação crônica e obesidade

A obesidade é considerada uma inflamação crônica e é, um estado patológico resultante do acúmulo de excesso de gordura corporal, principalmente na região abdominal. Ocorre, devido ao desequilíbrio entre a ingestão de energia e seu gasto, levando o indivíduo a desenvolver excesso de tecido adiposo ao ponto de impactar negativamente na sua saúde.

A inflamação decorrente da obesidade pode ser desencadeada por diferentes mecanismos moleculares, sendo esses uma ferramenta importante no entendimento de como são desencadeadas as complicações que ocorrem na obesidade, chegando até a um quadro de síndrome metabólica, que compromete o sistema cardiovascular.

A obesidade produz vários mediadores inflamatórios no tecido adiposo, implicados nos mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento de doenças crônicas associadas à obesidade. Entre eles, por exemplo, resistência à insulina, diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e esteatose hepática.

Em obesos, ocorre uma resposta do sistema imune, ativada como resposta à inflamação, cujos macrófagos vão aumentando devido a seu recrutamento e exibindo um cenário pró-inflamatório, expressando, assim, citocinas inflamatórias. Esse aumento de macrófagos é devido à inflamação do tecido adiposo que se desloca junto com a obesidade, desenvolvendo resistência à insulina e à doença metabólica.

Como a nutrição pode ajudar?

A nutrição é um determinante importante da saúde humana, sendo considerada o fator de risco modificável de maior relevância para a obesidade.

Além dos nutrientes encontrados em frutas e legumes, como vitaminas e minerais essenciais, existem vários componentes derivados de plantas, incluindo, por exemplo, fibras, carotenóides e fitoesteróis, que podem promover saúde. Em particular, a classe de compostos bioativos desses alimentos podem conferir benefícios à saúde. A variedade da dieta é muito importante, consumir alimentos frescos e orgânicos, ricos em nutrientes considerados comida de verdade é essencial para qualquer hábito alimentar saudável.

A prevenção é fundamental para reduzir a mortalidade global devido as doenças crônicas como a obesidade. A inflamação é uma condição que gera sofrimento ao nosso corpo, por isso devemos combate-la de imediato. Além dos fatores de risco modificáveis, atualmente há um destaque para o processo de inflamação crônica, considerada o fator desencadeante e central na obesidade, o conhecimento das propriedades funcionais dos alimentos é importante por auxiliar os profissionais de nutrição no planejamento de estratégias para a prevenção e o tratamento da obesidade.

Obesidade e inflamação caminham juntas, mas o tratamento certo contra essas doenças garante bem-estar e saúde. Portanto, combater a inflamação crônica é fundamental para quem quer desfrutar de uma vida saudável. Isso inclui o combate à obesidade, já que esses dois estados estão associados.

Na inflamação alimentos funcionais com compostos bioativos tem demonstrado efeitos benéficos a saúde, conferindo promoção e manutenção da saúde, incluindo a redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como, doenças cardiovasculares, síndrome metabólica, obesidade e diabetes tipo 2.

Desta forma, os alimentos funcionais merecem destaque na alimentação, pois enriquecem a dieta, colaboram para melhorar o metabolismo e tendem a prevenir enfermidade ou o agravamento das mesmas.

Um profissional capacitado deve ser sempre consultado, para que possa traçar a melhor estratégia a seguir. Qualquer medida terapêutica deverá ser individualmente orientada para que o alivio dessa inflamação seja ela aguda ou crônica, possa ser revertida antes de qualquer complicação.

Uma dieta anti-inflamatória também ajuda a aumentar as defesas do corpo, facilita os processos de cicatrização e diminui a formação de radicais livres, retardando o processo de envelhecimento. Todos os benefícios se devem ao fato de a dieta se basear no consumo de alimentos naturais e ricos em antioxidantes.

Dietas com baixa ingestão de carboidratos tem sido utilizada como estratégia nas doenças inflamatórias como obesidade e diabetes e outras. Reduzir o consumo de carboidratos melhora a sensibilidade a insulina, reduz a gordura abdominal e aumenta o HDL (colesterol bom), as dietas com restrição de carboidrato promovem, saciedade e menos fome ao longo do dia, melhorando a qualidade de vida e promovendo saúde.