Você alguma vez parou para pensar se está consumindo salmão selvagem ou salmão de cativeiro?

Sim há uma grande diferença entre eles.

Considerado um dos peixes preferidos quando o assunto é culinária japonesa, o salmão possui altas quantidades de ômega 3 e vitamina D, o que ajudam a prevenir doenças cardiovasculares e auxiliam no fortalecimento do sistema imunológico e dos ossos.

Entretanto, para desfrutar adequadamente destes e outros nutrientes presentes no peixe, é importante você saber a procedência do salmão está ingerindo.

Salmão selvagem e de cativeiro qual a diferença?

O salmão selvagem é natural das costas do Atlântico Norte e Pacífico, e se alimenta de maneira mais natural. Nasce em água doce, desloca-se para o mar e retorna para a água doce em época de reprodução.

Por viver de maneira natural, ele se alimenta de peixes, algas e crustáceos. Tanto é que ele nem sempre apresenta uma coloração tão intensa. Pode ser um tom mais leve de laranja ou rosa.

Já o salmão de cativeiro é cultivado na América do Norte, no Chile e Escandinávia. É alimentado com ração que pode conter carotenoides para dar a coloração característica do salmão.

A ração dada aos peixes também pode ser enriquecida com antibióticos, para evitar a presença de parasitas, que normalmente atacam esses peixes de cativeiro.

Como boa parte do salmão consumido pelo mundo é criada em cativeiro, existem regras internacionais de qualidade para que os fornecedores possam alcançar certificações como a ISO 9001 e assim garantir a qualidade do peixe e a saúde dos consumidores.

Mas qual o salmão que tem gordura ômega 3? Certamente não é o do chile, de onde vem 99% do salmão que consumimos no Brasil, cem por cento do salmão chileno é criado em cativeiro, sendo assim não existe gordura boa nele muito menos ômega 3.

A atividade vem causando danos irreversíveis à vida marinha, grandes impactos no ambiente e tem papel crucial no aumento da resistência de bactérias causadas pelo uso excessivo de antibióticos.

A superpopulação e a falta de oxigenação da água e a fricção de um animal no outro pela falta de espaço, e o estresse pelo confinamento tornam os peixes doentes, e para evitar que morram os criadores lançam cada vez mais antibióticos.

O perigo do salmão de cativeiro

A quantidade de antibióticos lançada aos salmões do chile é 500 vezes maior que na Noruega, gerando não apenas bactérias super-resistentes, mais também, espalhando esses antibióticos por todo o oceano, causando um desequilíbrio no ecossistema como um todo.

A doença mais frequente é o piolho do mar, que é combatido através de um antiparasitário que não só elimina o parasita, mas também, todos os crustáceos que vivem ao redor.

Para a produção de 1kg da ração do peixe de cativeiro, é necessário 5kg de peixe, os peixes nativos são pescados em quantidades desmedidas para produção dessa ração, causando assim outro problema para a vida marinha.

No cativeiro a cor alaranjada do salmão é obtida a partir de corantes adicionados a ração, que podem ser naturais como cenoura, tomate e algas, e podem ser sintéticos derivados do petróleo, que em grandes quantidades, podem causar problemas de visão e alergias e, segundo estudos recentes, podem ser tóxicas e carcinogênicas.  A título de comparação, 100g de salmão com corante tem as mesmas toxinas que um ano consumindo enlatados.

E quanto ao ômega 3? Depende do tipo de ração que os peixes recebem, quanto mais variedades de peixes nativos na ração maior é a concentração de ômega 3, e maior a destruição das espécies nativas.

O único salmão saudável é o selvagem, e está sendo ameaçado pela produção em massa de salmão de cativeiro, o salmão selvagem vem morrendo junto a outras espécies devido a contaminação das águas com a exacerbação de antibióticos lançadas ao mar, os peixes ficam tão doentes que já não conseguem se reproduzir e se alimentarem.

A produção de salmão de cativeiro destrói muito mais proteína animal do que gera, a quantidade de peixes nativos pescados para produção de ração para os peixes de cativeiro supera a produção do mesmo.

Por isso…

É tão importante sabermos a procedência do salmão que estamos consumindo, somos responsáveis por moldar nosso padrão alimentar e escolhas responsáveis para não interferir no meio ambiente, qual escolha você está fazendo?

Você é responsável nas suas escolhas e se preocupa com o ambiente onde esse alimento está?

Infelizmente, não há uma exigência da Anvisa para que os rótulos identifiquem se o peixe foi criado em cativeiro ou ao natural, mas muitas embalagens trazem o país de origem.

Os melhores salmões são provenientes do Alasca e da Rússia. Se for do Chile, evite, pois mais da metade do salmão consumido no mundo vem de cativeiros chilenos.

Por conta do preço, os restaurantes costumam utilizar o salmão de cativeiro. Cobram caro e, na maioria das vezes, oferecem um peixe com valor nutricional baixo e elevada gordura ruim, que contém corantes, antibióticos e demais substâncias indesejáveis.  Para comer o verdadeiro salmão, o ideal é comprá-lo em peixarias que possam informar a procedência, e prepará-lo em casa.

As fazendas de salmão de cativeiro têm provocado consequências, essas inquestionáveis, ainda mais nefastas.

Não só está colocando o salmão selvagem em extinção junto com a elevação da temperatura das águas e a poluição decorrente das atividades industriais, como está destruindo ecossistemas e comunidades milenares de algumas das paisagens mais belas e inóspitas do mundo: a Patagônia chilena, os fiordes noruegueses e o enorme sistema de rios da costa oeste no Canadá.

Não é só o aquecimento global, as epidemias e a pandemia atual são uma reposta da natureza ao nosso consumo, a industrialização da vida, aos processos doentios e perversos que infligimos aos animais. Cabe a nós conhecermos a origem do que comemos e compramos, para não seguir colaborando com a destruição sem precedentes do planeta que dependemos para sobreviver, pois precisamos do ar, da água, das abelhas e da comida que a terra e a natureza geram para nós.