A vitamina D é fundamental para o ser humano, sendo que a evidência mais forte sobre seus benefícios é a proteção contra fraturas ósseas, mas pesquisas também já relataram uma associação entre a vitamina e uma longa lista de benefícios descobertos recentemente, que revelam que a substância faz muito mais pelo organismo do que se imaginava. Sua deficiência pode provocar raquitismo, alterações no crescimento e nos ossos, além de reduzir a imunidade. A principal fonte da substância é o sol.

Além do sol e suplementos vitamínicos, é possível obter vitamina D através de uma dieta rica em alimentos fonte da substância, como salmão, gema de ovo, bacalhau, óleo de fígado de peixe, sardinha e leite.  Independentemente da fonte, é sabido que a vitamina D traz diversos benefícios à saúde e além da absorção de cálcio e proteção contra males ligados ao sistema ósseo.

Também desempenha um papel imprescindível em:

  • Grande parte das funções metabólicas;
  • Neurológicas;
  • Musculares;
  • Cardíacas;
  • Atua em mais de 2000 genes;
  • Elimina metal pesado do organismo;
  • Elimina mercúrio no cérebro;
  • Previne mais de 15 tipos de câncer;
  • Previne e atua em doenças autoimunes;

Onde encontrar vitamina D e suas funções no organismo

Estima-se que 80% a 90% da vitamina D corpórea seja adquirida pela síntese cutânea. Assim, é recomendada uma exposição solar consciente de 10 a 15 minutos por dia. O restante da vitamina D é adquirida pela ingestão de alimentos que contenham essa vitamina.

No nosso organismo, a forma ativa da vitamina D (calcitriol) exerce inúmeras funções em diferentes sistemas. Contudo, as principais funções da vitamina D são:

  • Manter a homeostase do cálcio e do fósforo;
  • Promover a saúde óssea;
  • Proliferação de diferenciação celular;
  • Modular o sistema imunológico;
  • Participar do metabolismo glicêmico;
  • Promover a saúde cardiovascular;

Vitamina ou hormônio?

Sua produção ocorre em uma cascata hormonal junto de outros hormônios como estradiol, testosterona, progesterona e cortisol.

Diferentemente de qualquer outra vitamina, a Vitamina D é realmente um pré-hormônio. O seu corpo é a única fonte do potente hormônio esteroide chamado calcitriol. Como isso naturalmente acontece. Primeiro, sua pele produz Vitamina D quando a luz solar atinge uma molécula de pré-colesterol. Então seu fígado converte a Vitamina D na forma de armazenamento chamado calcidiol (25-hidroxi Vitamina D). O corpo armazena o calcidiol no sangue e na gordura para uso posterior.

Vitamina D e as catalecidinas

Qual a função das catalecidinas? São peptídeos (pedaços de proteínas), produzidas pelas células, que fazem parte da resposta imunológica intracelular do organismo, as catalecidinas fazem parte do “exército” de defesa do corpo por exemplo combatendo metais pesados, toxinas, parasitas, vírus e bactérias.

As catalecidinas são ativadoras, quando ocorre uma penetração nas células de partículas virais, parasitas, metais tóxicos e etc. Elas são ativadas principalmente através da vitamina D, ativando a resposta imunogênica intracelular no combate as substancias nocivas para o organismo. Sendo assim o sistema das catalecidinas dependem da fotoativação da vitamina D.

Tanto as catalecidinas quando a vitamina D são dependentes uma da outra para que o sistema imunológico funciona em harmonia, eliminando agentes agressores do sistema.

As catalecidinas são responsáveis também por todo a ativação da resposta imunológica dos órgãos linfoides, e a partir disso ativa-se a cascata imunológica.

A falta de catalecidinas por falta de vitamina D ou até mesmo por falta de comer ovos, não tomar sol, pode apresentar doenças autoimunes, inflamações crônicas, doenças reumatológicas e doenças oncológicas.

Homeostase do cálcio e fósforo

A principal função biológica da vitamina D em humanos é a manutenção das concentrações normais de cálcio (Ca) e fósforo (P) sérico. Sem a vitamina D, apenas 10 a 15% do cálcio e 60% do fósforo são absorvidos. Quando a vitamina D é suficiente, a absorção de cálcio aumenta 30% a 40%, e a de fósforo, 80%.

Especificamente em relação ao cálcio, essa função é fundamental para o sistema nervoso, para o crescimento ósseo e para manter a densidade óssea.

O calcitriol normaliza os níveis de cálcio sérico através de três mecanismos principais:

  • Aumentar a absorção no intestino delgado;
  • Promover a reabsorção de cálcio filtrado pelos rins;
  • Mobilizar o estoque de cálcio dos ossos quando não há cálcio dietético suficiente;

Promover a saúde óssea

Ao normalizar o metabolismo de cálcio, a vitamina D maximiza a saúde óssea, mantendo a mineralização.

Outras ações da vitamina D que regulam positivamente a formação do osso incluem: inibir a síntese de colágeno tipo 1 e de osteocalcina, e facilitar a maturação dos precursores de osteoclastos em osteoclastos propriamente ditos.

Neste contexto, a deficiência de vitamina D pode aumentar o risco de desenvolvimento de osteoporose e outros problemas relacionados à saúde óssea.

Proliferação e diferenciação celular

Uma outra função conhecida da vitamina D é regular a proliferação e diferenciação celular no cérebro, rins, próstata, mamas, cólon, coração, pâncreas, células mononucleares, linfócitos ativados e pele.

A vitamina D inibe a proliferação e estimula a diferenciação celular, uma vez que a proliferação é descontrolada pode acarretar em diversos tumores, muitos estudos sugerem efeitos benéficos da vitamina D contra o desenvolvimento de tumores de cólon, mama, próstata e ovários. A vitamina também é capaz de inibir fatores de transcrição adipogênicos e o acumulo de gordura nos adipócitos durante a diferenciação celular, sendo assim sendo uma aliada contra a obesidade.

Modular o sistema imunológico

O sistema imunológico trabalha em conjunto com os órgãos, células e tecidos no combate de bactérias, vírus e fungos, os quais causam doenças no corpo. São diversos os fatores que que influenciam na imunidade ais como: má alimentação, falta de exercícios físicos, álcool, drogas, uso de medicamentos, estresse e etc.

Cientistas recomendam que a vitamina D pode ser uma grande ajuda no combate à pandemia do coronavírus. É importante ressaltar que a vitamina D não é a cura, mas sim uma aliada na redução dos fatores de risco, pois possui um efeito que reduz o risco de infecções respiratórias de origem viral, além de ser capaz de neutralizar danos pulmonares causados por hiperinflamação.

A vitamina D é bem conhecida por suas propriedades imunomoduladoras, que podem alterar respostas a infecção.

De maneira geral, os receptores de vitamina D são expressos na maioria dos leucócitos e estão associados a diversos mecanismos, como o estímulo da imunidade inata, a inibição da autoimunidade, da produção de interleucina por linfócitos T ativados e de imunoglobina por linfócitos B ativados, e a diferenciação de células precursoras de monócitos.

Estudos demonstraram a relação entre a deficiência de vitamina D e a prevalência de doenças autoimunes, como esclerose múltipla, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e doença inflamatória intestinal. Sugere-se que a vitamina D não só previna o desenvolvimento dessas doenças, como também poderia ser utilizada no seu tratamento.

A suplementação de vitamina D tem-se mostrado terapeuticamente efetiva em vários modelos animais experimentais, como encefalomielite alérgica, artrite induzida por colágeno, diabetes melitus tipo 1, doença inflamatória intestinal, tireoidite autoimune.

Baixos níveis séricos de vitamina D podem, ainda, estar relacionados com outros fatores como diminuição da capacidade física, menor exposição ao sol, maior frequência de polimorfismos nos genes, efeito colateral de medicamentos, além de fatores nutricionais.

Metabolismo glicêmico

No metabolismo glicêmico, o papel da vitamina D se traduz em controlar a síntese e secreção de insulina por meio de ações sobre as células beta pancreáticas, incluindo a modulação do influxo de cálcio.

A vitamina D também exerce ação na resistência à insulina através do aumento de receptores de insulina e aumento da concentração de cálcio intracelular, essencial para mediar a resposta insulínica nos tecidos muscular e adiposo.

Saúde cardiovascular

A forma ativa da vitamina D participa do controle da função cardíaca e da pressão arterial, por meio da regulação do crescimento das células musculares lisas, do grau de contratilidade miocárdica e da regulação do sistema renina-angiotensina.

Portanto, sugere-se que quanto maiores as concentrações da vitamina D no soro, menores são os valores médios de pressão sanguínea, e menor é a prevalência de hipertensão arterial.

Vitamina D e autismo

O autismo é uma condição que pode ser evitada. A vitamina D tem papel fundamental nessa questão, bem como, em doenças que poderiam ser evitadas por meio dela.

Deu-se esse nome para o que na verdade é um hormônio esteroide. Ou seja, na década de 30 descobriu-se que a vitamina D não era uma vitamina e que as suas funções são extremamente importantes para saúde do ser humano.

Em 2003 foi finalizado um projeto de codificação do DNA humano, o chamado Projeto Genoma. Por meio dele se descobriu que todos os indivíduos têm de 10 a 15 genes alterados herdados do pai e da mãe. Esses genes apresentam defeitos e podem desencadear doenças sérias.

Sendo assim, a vitamina D, com sua estrutura de hormônio, é responsável pormanter esses genes “defeituosos” inativos e na falta dela, eles seguem atuando no organismo e causando doenças, a exemplo do autismo, câncer e diabetes.

Estudos sobre a vitamina D no tratamento do autismo são ignorados, assim como, a questão de que o autismo é uma condição evitável e com causas muito nítidas.

Nas décadas de 70 e 80 existia uma criança autista para cada 3 ou 4 mil crianças nos EUA. Hoje em dia essa é uma situação fora do controle e existem estudos indicando que em meados deste século teremos uma criança autista para cada criança nascida.

O resultado disso serão casais deixando de ter filhos por medo do autismo. Nos casos extremos, a criança pode acordar a noite se mordendo, batendo a cabeça na parede ou gritando.

O autismo na verdade é uma condição autoimune, ou seja, se dá quando o sistema imunológico agride o próprio organismo. O cérebro de uma pessoa autista é infiltrado de células inflamatórias e seu organismo é resistente a ação da vitamina D.

À vista disso, a vitamina D tem a função de regular o sistema imunológico, impedindo que ele agrida a própria pessoa e promovendo a ação correta do mesmo, que é vencer as infecções.

Mas na realidade, o que se vê são que crianças com níveis muito baixos de vitamina D. Elas se tornam imunodeficientes e ao pegar alguma infecção corriqueira, o sistema imunológico vai ser ativado na sua versão desregulada, ou seja, vai agravar a situação dessa criança levando-a para algo mais grave, como o autismo ou a diabetes.

A vitamina D desempenha um papel essencial no desenvolvimento neurológico e na regulação genética. Mais de 2000 genes contêm receptores de vitamina D, e esta vitamina regula a expressão de mais de 200 genes. Além disso, a sua deficiência durante a gravidez está associada a efeitos adversos para o bebê, incluindo um risco aumentado de autismo.

Algumas crianças com autismo podem ter outras patologias que possivelmente afetam a absorção de vitamina D, assim como sua ativação. Por isso, a suplementação adequada pode desempenhar papel benéfico e importante no desenvolvimento do sistema nervoso, auxiliando na melhora dos sintomas.

Principais fontes de vitamina D

Como já dissemos aqui, a principal fonte de vitamina D no organismo se dá através da exposição solar. Porém, caso você queira reforçar a dose, pode inserir alguns alimentos no seu cardápio, que também são ricos e fontes naturais do nutriente, tais como: 

  • Peixes;
  • Cogumelos irradiados (cultivados sob a luz do sol);
  • Fígado de boi;
  • Óleo de fígado de peixe;
  • Gema de ovo;
  • Suplementação;

Além do seu papel na homeostase do cálcio, sua forma ativa da vitamina D apresenta efeitos imunomoduladores sobre as células do sistema imunológico, sobretudo linfócitos T, bem como na produção e na ação de diversas citocinas. A interação da vitamina D com o sistema imunológico vem sendo alvo de um número crescente de publicações nos últimos anos. Estudos atuais têm relacionado a deficiência de vitamina D com várias doenças autoimunes.